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![]() PRÉ-VÉRBIOS
Lílian Maial Quanto mais eu rezo, Menos entendo de assombração. O silêncio e a noite me ensinam vazios. Um soluço poético se derra(i)ma no papel. Amasso a palavra e jogo no limbo. Nunca aprendi a rezar o terço, E torço pra não precisar das contas, Que meu rosário já se desfiou em lágrimas. Lágrimas são filhas da tristeza, Paridas a termo e a ermo. Quanto mais esperneio, Menos caminho, Não saio do lugar (ao sol), Ao seu, ao céu, Ao léu. Quanto mais escrevo, Mais me perco de mim E me acho numa sílaba que ainda não inventei. Eu minto que sou eu, Mas nem me sei única. Quanto mais não rezo, Menos é mais que nada, E já me embaralhei no pai, no filho, Aguardo o espírito, o santo. Ah! Amém! ********** Lílian Maial
Enviado por Lílian Maial em 16/12/2008
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